sábado, 1 de março de 2014

C' est la vie

"Mais um dia..." eu pensei. Mais um dia que tudo volta a se repetir; a cara amarrada, as atitudes irritantes e as palavras secas. Eu nem tenho nada a ver com isso, entende? Na maioria das vezes eu estou desajeitadamente tentando fazer com que tudo fique bem , por que minha cabeça tem que trabalhar tão diferente da sua? Mas eu já me acostumei em me machucar primeiro com suas atitudes, você nunca percebe. Como não brigar quando estou sufocada com meu amor próprio? Como não ser grossa quando eu to vendo você me tratar como se eu fosse uma qualquer? E o pior, você ainda faz com que eu me sinta culpada em reagir. Engraçado né? Falando alto até da vontade de chorar. Mas se eu chorar, se eu simplesmente ceder, como vou poder encarar meu reflexo no espelho? Minha mãe, as pessoas com quem me envolvi, minha família... eles nunca me ensinaram a ter medo do amor, a lidar com o amor. Só me disseram: "Evite". E agora, parece que eu nunca vou aprender um equilíbrio entre não me importar completamente e me entregar ao amor. Que saco, deu mais vontade de chorar aqui.
  Eu me lembro, sempre lutei pra ser aquela que não chora, que não dobra, que toma as decisões, que aceita as consequências; aquela que não volta atrás. E olha só o que eu me tornei. Uma piada. Não adianta nada o que os outros pensem de mim, eu mesma me acho uma piada. Não posso te deixar, eu amo você. Entreguei todos os meus pontos, não existe mais nenhuma carta na manga, nenhum Às de espada. Mudei de casa, quis construir uma vida com você, abandonei minha vida e... as vezes eu acho que cometi o maior erro de toda a minha vida. Eu acreditei que tudo ia ficar perfeito como num passe de mágica sabe? PUFF! Até tentei me convencer disso durante muito tempo, digo , que nosso problema era a distancia. Mas não é. O problema é que eu não consigo viver com minha cabeça abaixada. Que eu não sei viver a sombra de ninguém, que eu não suporto correr atrás, que eu não suporto ser rebaixada, ignorada, bloqueada, não suporto que me neguem o que eu, pela primeira vez na minha vida me dei ao luxo de pedir. Eu nunca pedi nada. Eu suportei tudo sem ninguém me dar uma mão. Eu nunca entrei nesse confessionário de como eu me sinto sobre algo. Mas quando eu te falo, eu tenho tanto pra falar...depois de todos esses anos de silencio. Eu tenho tanto a dizer sobre mim, sobre como dói. E você me machuca. E ta cada vez mais difícil pra mim ficar perto de você sem fingir que ta tudo bem. Por isso sempre termino, sempre acho que não vai dar pra fingir que ta tudo bem dessa vez, não vou conseguir engolir isso dessa vez. Eu não sei o que fazer pra te mudar, já fiz de tudo e não importa. Você só volta a fazer aquilo que detesto, e eu volto a engolir por você. E você ainda acha que quem aguenta as coisas é você. E eu vomitando por dentro. Com nojo de mim mesma por não ter força pra ser a Suzik que eu sempre fui. 
  Mesmo assim, é hora. É hora de me reconstruir sem você jogando água demais no meu cimento e me fazendo perder minhas defesas. É hoje de focalizar as coisas que eu quero recuperar e conseguir. É hora de ter um plano. Chega de viver de amor.